O aumento da população, associado ao incremento da necessidade de produção de alimentos e bens de consumo, leva o homem a transformar cada vez mais a matéria-prima. Essa transformação gera maiores quantidades de resíduos, tanto no processo de produção industrial quanto no consumo.
Resíduo é todo o material que geramos nas atividades diárias ou em processos industriais. O resíduo pode ser dividido, de maneira simplificada, em quatro tipos: recicláveis secos, recicláveis úmidos, perigosos e rejeitos. Os recicláveis secos são plásticos, papel e papelão, vidros, metais, etc, e devem ser destinados a coleta seletiva. Os recicláveis úmidos (ou orgânicos) são restos de frutas, cascas e talos de verduras e legumes, etc. Os orgânicos preferencialmente devem ser reciclados através da compostagem na própria residência, ou podem ser destinados a coleta seletiva municipal. Os resíduos perigosos são todos os materiais que possuem componentes altamente prejudiciais ao meio ambiente, tais como pilhas, baterias, resíduos eletrônicos, lâmpadas, etc. Estes resíduos devem ser destinados para a logística reversa. O rejeito é todo e qualquer material que não tem valor ou potencial de reutilização e/ou reciclagem. Assim sendo, somente a pequena parcela de rejeitos deve ser enviada para aterros sanitários. Lembre-se, a separação e destinação correta dos resíduos aumenta a reutilização e reciclagem e diminui a utilização de recursos naturais. Além do mais, diminui os custos do poder público na gestão dos resíduos da cidade. Separar os resíduos e enviar para a reciclagem é uma atitude cidadã que traz inúmeros benefícios.
A reciclagem de resíduos é importante para reduzir os impactos das ações humanas ao meio ambiente. Os resíduos recicláveis secos e os recicláveis úmidos (orgânicos) representam cerca de 75% de todos os resíduos domésticos gerados em uma cidade. Os resíduos recicláveis secos, compostos por plásticos, papel/papelão, alumínio, etc, são facilmente reciclados quando destinados a catadores ou colocados na coleta seletiva. Os resíduos úmidos (orgânicos) podem ser reciclados através da compostagem.
O que é a compostagem?
A compostagem é um processo biológico em que microrganismos, fungos e bactérias transformam a matéria orgânica em composto. Trata-se de um processo natural de reciclagem de resíduos orgânicos, transformando-os em húmus rico em nutrientes. Quando realizamos a compostagem, damos um fim mais nobre para os resíduos orgânicos evitando que sejam depositados em aterros sanitários. A compostagem permite o reaproveitamento através da produção de adubos orgânicos, retornando para o ambiente.
O que pode ser compostado?
- Podem ser compostados resíduos de cascas de frutas, legumes, verduras, aparas de gramas e folhas, filtros de café, cascas de ovos, saquinhos de chá, serragem e restos de podas de árvores desde que em poucas quantidades.
- O que podem ser colocados com moderação na composteira: alimentos cozidos e/ou processados que contenham sal, conservantes e gorduras;
- O que NÃO podem ser colocados na composteira: fezes de cães e gatos, laticínios, carnes e ossos, massas, plantas doentes, alhos e cebolas.
Quais os tipos de composteiras?
A compostagem é realizada em uma composteira. Esta, pode ter diversos formatos e tamanhos e podem ser instaladas em casas e apartamentos.
- Composteira de baldes: esta é ideal para residências que tenham poucos habitantes, no máximo 2. Esta composteira ocupa pouco espaço, não gera cheiro, não atrai insetos e pode ser mantida até em apartamento. Aqui a EPAGRI ensina como fazer uma composteira doméstica com baldes.
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Exemplo de composteira de baldes. |
- Composteira de caixas: esta composteira é ideal para residências com até 3 pessoas, ou 4 que geram pouco material orgânico. Da mesma forma que a compsoteira de baldes, a composteira com caixas ocupa pouco espaço, não gera cheiro, não atrai insetos e também pode ser mantida até em apartamento.
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Exemplo de composteira de caixas. |
- Composteiras no chão/solo: estas composteiras são ideias para casas que possuem pátio. Podem receber resíduos de diversas pessoas, desde que seu tamanho seja bem dimensionada. Da mesma forma que as composteiras anteriores, esta ocupa pouco espaço, não gera cheiro e não atrai insetos. No entanto, precisa de atenção quanto a umidade ou incidência de chuvas diretas. Insolação também é um fator que requer atenção. Devem ser cobertas para evitar a entrada direta das chuvas.
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Composteira de bambus. |
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Composteira de tela. |
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Composteira de paletes. |
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Composteira de tijolos. |
- Composteiras comunitárias: estas composteiras são ideias para diversas casas ou apartamentos. A gestão comunitária destas composteiras requerem coresponsabilidade e a construção coletiva. Elas podem ser construídas em espaços públicos em que a coletividade é a responsável pela adoção e gestão. Muitas cidades País afora já adoram esta prática para gestão de resíduos e produção de adubo para hortas comunitárias. A cidade de Florianópolis desenvolveu até um guia prático sobre como realizar a administração destes espaços.
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Composteira de pilhas. |
Cuidados com a composteira
A compostagem é um processo natural realizado por microrganismos. Por ser realizado por organismos vivos, necessita de alguns cuidados.
- Repare no local onde deixará a composteira. Não deixe ela exposta em local que tenha muita incidência de sol, pois no verão poderá aquecer demais e matar todos os organismos.
- Evite deixá-la exposta diretamente na chuva, pois muita água também causará danos aos microrganismos e afetará a decomposição do material;
- Evite alimentos que possam ocasionar prejuízos a microfauna existente na composteira. Não coloque alimentos com gordura, sal, plantas doentes e ervas fortes como pimentas.
Elaboramos um vídeo simples para facilitar o entendimento de como compostar os resíduos produzidos na sua residência.
Faça compostagem e dê um fim mais nobre as resíduos orgânicos gerados em sua residência.
Cleberton Bianchini
Sala Verde Manoel Ribeiro Pontes Filho